Diário de Bordo

Aqui ficará registado as aventuras e desventuras do meu percurso pelos mares das tecnologias... Foi com este objectivo que iniciei este diário. Hoje é mais do que um blog sobre o estudo das Tecnologias Educativas; é um registo do meu percurso de aprendizagem (de vida), onde as tecnologias continuam a ter importância. Sei que não o teria consigo manter se não fosse o seu formato digital; as interacções que aqui se estabelecem.

sábado, abril 30, 2005

Resposta ao desafio... finalmente!

Aqui fica a resposta ao desafio da minha Amiga T.

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Boa Pergunta! Resposta difícil... muito difícil!
Deixa-me pensar... livro acabado não queria ser. Queria antes ser texto incompleto, escrito faseadamente, ao ritmo do tempo, em colaboração com aqueles que melhor me conhecem e que me são queridos. Queria observar a minha evolução, passar pela poesia, ancorar na prosa e voltar à lírica, consoante o estado de espirito da altura. Seriam um livro onde todos seriam convidados a fazer o gosto à pena.

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Acho que não... Há personagens que ficam na memória, mas são principalmente as histórias - e as conclusóes que daí tiro - que realmente marcam e permanecem no meu imaginário.

Qual foi o último livro que compraste?
Já foi há tanto tempo que já nem me lembro bem. Se não estou em erro, o último que adquiri foi a “Caverna� de José Saramago. Ultimamente tenho aderido aos empréstimos, quer da biblioteca quer dos amigos. O orçamento não permite muito mais.

Que livros estás a ler?
O tempo não é muito, o cansaço é maior. Comecei a ler o Equador (M. S. Tavares), estou a gostar, mas não tenho tido disposição para me entregar por completo ao prazer da leitura e saborea-lo como deve de ser. Em época normal tinha-o lido em uma ou duas semanas e já deveria ter saboreado outros, mas a disposição agora é outra. Ando demasiado tensa para poder dedicar-me a um dos meus hobbies favoritos: a leitura.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Fernão Capelo Gaivota (R. Bach) para me lembrar a mim mesma que os sonhos são possíveis de realizar – basta acreditar e lutar por eles; Pensar, de Vergilio Ferreira, simplesmente porque gosto da sua companhia, faz-me bem reflectir com ele; Die Gerettete Zunge de Ellias Cannetti, uma auto-biografia interessantíssima, para não esquecer a língua alemã; Harry Potter, de J. K. Rowling. Don’t ask me why. Comecei a ler por teimosia (para compreender a razão de tal fenómeno de popularidade e só consegui acabar no último da altura. Por falar nisso tenho de arranjar o 6º!) e claro poesia de Fernado Pessoa.


A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
À Francisca, iniciante nestas andanças da blogsfera; promissora arquitecta de sites. O seu entusiasmo promete! Aqui fica o desafio para se tornar numa blogger!
Ao Luis, que tem intenções de começar um blog, mas que ainda não o fez. Aqui está uma boa desculpa! ;-)
A todos aqueles a quem mandarei um email com a proposta. Realmente, não conheço muita gente com blogs activos. Vamos ver se consigo contagiar mais alguém! (ultrapasso assim o limite estipulado! Oops.)

Contadores de historias. … ainda os há?

São poucos os contadores de historias da nossa época, pelo menos que se conheçam. Já lá vão os dias em que à soleira da porta se sentava a gente à conversa, para passar o tempo, e então se começava a contar episódios da vida; lembranças de experiências que logo despertavam outras. E assim surgiam histórias que se prolongavam pela noite fora, deliciando os presentes, contribuindo para o conhecimento dos ouvintes.
Ainda me lembro do meu avô quando se punha a narrar as suas percepções do quotidiano, vivências e sentimentos que há muito coleccionava. Gostava de as partilhar com aqueles que lhe dessem ouvidos e se mostrassem interessados. Agora sei porque é que onde quer que fosse arranjava logo companhia. Sabia conversar, sabia contar histórias!
Nos tempos que correm parece já não haver tempo para esses momentos em que, pacientemente, se ouvia e contava histórias, se partilhava experiências e se trocava impressões. Hoje vivemos a uma velocidade alucinante, queremos estar a par de tudo, em menos de nada, e não perder pitada. Mas, na maior parte das vezes acabamos por fazer exactamente o contrário.
Mas… surpresa das surpresas! Afinal ainda há contadores de histórias. Apercebi-me disso há pouco tempo. Quem são? Os investigadores. Também eles são contadores de histórias. Procuram observar e analisar uma parte da realidade, que pretendem retratar no seu estudo.
O retrato bem tirado dá um belo conto, se o investigador o souber contar. Para isso, há que ter o talento da escrita, transformar as percepções e análises em palavras, dar-lhes vida em texto.

Eu sei – já constatei - que há por aí mais contadores de historias do que aqueles que se imagina. De lamentar será se não optarem por tirar partido desse talento (da facilidade de escrever), que invejo - sou sincera, e fazer um contributo ao mundo, principalmente, ao da educação.
Oh! contador de historias, não desistas! Escreve a tua história e vem para a soleira da porta contá-la. Queremos aprender contigo.

Aos contadores de historias, aos (futuros) investigadores.

segunda-feira, abril 25, 2005

Mudei de curso

Mudei de curso, rumei a casa à procura de porto seguro.
Desta vez não sei se posso dizer que andei à deriva (?). Sabia onde estava, só não sabia para onde queria ir.
Resolvi, por isso, fundear em águas mais calmas, ainda que só por uns momentos, para estruturar ideias, tomar decisões acerca da rota que quero tomar e dos portos que quero visitar e estudar, estipular prioridades…
Pareço estar agora mais certa da rumo que quero seguir.
Precisei de me isolar de tudo e de todos. Fez-me bem… (desculpem-me aqueles que me procuraram, desculpem-me aqueles a quem faltei com a minha presença… mas precisava deste momento de egoísmo, de estar comigo mesma.)

Teresa: este blog também está a tornar-se muito pessoal, mas já não consigo não escrever. Isto nunca aconteceu com os diários que tive, que entusiasmadamente iniciava mas que logo punha de parte. Sabe bem deixar aqui pensamentos soltos, largá-los ao sabor das minhas navegações e estado de alma.
Prometo responder ao teu desafio em breve.

Para terminar, não poderia deixar de mencionar uma das músicas que em tem acompanhado nestes últimos dias.

"Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver

e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração"

Mafalda Veiga, Restolho

domingo, abril 03, 2005

Blogica_mente a must read!

Acabei de ler os últimos posts do blog da Teresa e não posso deixar as minhas reflexões, suscitadas pela sua escrita, sem voz. A forma simples como põe ao descoberto os seus sentimentos e emoções é realmente algo surpreendente.
Ora aqui está uma nova forma de fazer o gosto à pena, ou será ao teclado?! O registo blogizado tem as suas vantagens – liberta-se do risco de ficar esquecido em alguma gaveta, encontra expressão em cyberespaço e faz as delícias de muitos.
O teu texto, Teresa, fez-me pensar isto das tecnologias e o impacto que elas assumem na vida das pessoas.... ou será o contrário? Não será as pessoas que fazem com que as tecnologias tenham importância?
Acabaste de o fazer – o teu texto, trazido até nós, por meio das tecnologias, fez-me considerar o mundo das emoções, a importância das relações e das pessoas. Ao fim e ao cabo, são essas small things that make the world go round! Assim, sim. Assim vale MESMO a pena utilizar as tecnologias para partilhar, falar daquilo que nos vai na alma, para sermos nós próprios e fazer com que os outros também o sejam.
Obrigada pelos escritos inspiradores!