O percurso até comunidade
Segundo Tuckman a organização de uma comunidade consiste num processo que envolve, pelo menos, 4 etapas. 1) forming, 2)storming 3) norming e 4) performing; implÃcito a todas elas estão graus de interacção e envolvimento diferentes, por parte dos indivÃduos.
A primeira etapa – a de formar (forming) - consiste em “juntarâ€�, os elementos do grupo, pô-los em contacto para que travem conhecimento. Esta fase inicial caracteriza-se especialmente pela troca de impressões e familiarização dos indivÃduos uns com os outros; os elementos da comunidade interagem entre si com o principal intuito de se conhecerem e de estabelecerem laços por afinidades, o que contribuirá para a identificação de cada um com o todo. Este é um momento bastante intenso, a nÃvel emocional, para todo grupo, em que as pessoas estão ansiosas por estabelecer contacto com outras e por saber se serão aceites. Procuram, muitas vezes, o apoio do animador, esperando que este os guie e elucide quanto à s suas dúvidas e incertezas. E realmente foi o que fizemos: formámos voluntariamente um grupo, ao inscrevemo-nos num curso que nos suscitou interesse, e progressivamente começámos a interagir uns com os outros, a conhecermo-nos melhor e a estarmos mais à vontade uns com os outros. O professor foi sempre o nosso porto de abrigo quando alguma dúvida surgia.
A segunda etapa – a do conflito (stroming) – é segundo Tuckman o momento em que os membros ainda não se sentem totalmente confortáveis com a acção do grupo ou quando ainda subsistem dúvidas em relação aos objectivos e tarefas da comunidade, gerando, deste modo, algum desconforto e frustração entre os membros. O sentimento predominante nesta fase é o de uma certa confusão, de desassossego em relação ao papel e ao desempenho de cada um, em que nos preguntamos: “o que se pretende afinal?â€� Acho que também já passamos por isso, quando ainda estávamos a “digerirâ€� o que pretendiam de nós enquanto grupo e a perceber qual o papel que irÃamos desempenhar.
Mas passada a tempestade chega a bonança e com ela a terceira etapa. Diz Tuckman, que chega então o momento conciliador (norming). É nesta fase que, desfeitas as dúvidas, a harmonia se instala na comunidade. O grupo apresenta-se mais confiante e, por isso, mais coeso, e como tal a comunicação torna-se mais frequente e incisiva e a interacção, por conseguinte, mais intensa. Os indivÃduos mostram-se assim mais satisfeitos e prontos para colaborarem uns com os outros. Parece-me ser esta a fase em que nos encontramos. Eu pessoalmente, já me vejo dentro do grupo, mais confiante e optimista em relação à minha prestação… embora não tenha sido nada de extraordinário(!) e parece-me que os colegas também. Estou realmente a gostar da experiência e espero poder contribuir positivamente para a experiência dos outros!
A quarta fase é a de acção (perform), em que os elementos interagem e colaboram para uma finalidade comum. Os objectivos já estão bem claros para todos e o grau de produtividade é agora muito maior. Os indivÃduos estão em sintonia, cooperam e colaboram entre si de forma intensa e o empenho de cada um espelha uma tranquilidade e certezas crescentes em relação ao objectivo da comunidade. A responsabilidade que assumem, nesta fase, perante a comunidade, com que se identificam, impele-os a uma participação muito mais activa e a um maior empenho. É para lá que caminhamos, e é para lá que quero ir!
Tuckman, mais tarde, acrescentou uma quinta fase ao seu modelo, que intitulou de (adjourning), ou seja o fim da viagem, a conclusão da tarefa conjunta. Uma vez concluÃdo o objectivo, com sucesso, o grupo tem tendência em dissolver-se, ou pelo menos em contactar menos frequentemente, em virtude de integrar outras comunidades, de querer construir novos conhecimentos. O aspecto mais positivo de tudo isto é que cada um de nós transporta para a nova comunidade um pouco do que aprendeu na anterior. Já Nancy White dizia que somos “like a bee, testing each flower to see if it will yield pollenâ€�, ou seja andamos sempre à procura de novos desafios, de novas influencias e acabamos também por influenciar e assim flúi a informação e assim nasce nova…