Bons velhos tempos
Entre as várias tentativas de pôr alguma ordem nas minhas tralhas, encontrei alguns CDs que me fizeram recordar bons velhos tempos, com especial ênfase para a minha fase "Idade do Armário�, dos meus tempos de adolescente, e também da minha estadia em terras germânicas, que tantas saudades me deixaram. A música está sempre presente na nossa vida e certas canções evocam mesmo épocas, momentos ou situações pelas quais passámos e que nos marcaram. Voltar a ouvi-las é reviver alguns desses momentos, em forma de recordação…
Passei parte da minha adolescência deslumbrada por uma banda de rock americana. Adivinhem lá qual? Os Bon Jovi. Uma banda adorada pelas raparigas e detestada pela maior parte dos rapazes, incapazes de compreender aquele fanatismo platónico que nos fazia estar horas a fio a decifrar o que as revistas estrangeiras da especialidade diziam sobre eles. Cheguei mesmo a impor a mim mesma a aprendizagem da lÃngua Alemã para poder compreender a Bravo. (essa parte deu frutos mais tarde)
Hoje olho para trás e riu-me. Consigo agora compreender melhor a perspectiva dos rapazes. Realmente o que é que ganhávamos em coleccionar posters, saber todas as noticias, acompanhar as tournées através da imprensa, ansiar pelos concertos e plantarmo-nos um dia antes à porta dos estádios para conseguirmos lugar na primeira fila?... e não é que conseguÃamos?! Por outro lado, naquele tempo tudo aquilo fazia muito sentido. Era um hobby (!). Além disso, fez parte do meu crescimento, porque este fanatismo, quase desmesurado, levou-me aos quatro cantos do mundo via correio. Conheci imensa gente por carta. A Internet ainda não fazia parte do meu imaginário e como estava expressamente proibida de passar horas ao telefone e, principalmente, de fazer chamadas internacionais (vai-se lá saber porquê?), agarrei-me à s cartas. Tinha imensos pen-friends, de toda a parte do mundo. O carteiro já me conhecia. Eu fazia-lhe esperas (chegava praticamente à mesma hora que eu chegava da escola para almoçar) e geralmente brincava comigo dizendo que não havia nada para mim. Mas raro era o dia que não recebi meia dúzia de cartas ou uma encomenda, da mesma forma que as enviava. Lá nos correios também já conhecia o pessoal e sabia de cor os preços dos selos e das encomendas. É claro que com tanta epÃstola não havia orçamento que aguentasse e o dinheiro da merenda era canalizado para esta minha “doença – que a cabeça não dá para maisâ€�, como a minha mãe tentava explicar a minha fixação por 5 guedelhudos tatuados que ganhavam a vida aos pulos num palco.
De certa forma, todo este percurso acabou indirectamente por influenciar a minha vida quando tive de optar pela área de estudos que queria seguir. Tinha ganho gosto pelas lÃnguas, interessava-me pela cultura e História dos outros paÃses e ansiava por viajar, conhecer, ver ao vivo aquilo que estudava pelos livros e aprendia na troca de impressões com os meus pen-friends. No 10º ano queria ser hospedeira, ou assistente de bordo, como agora lhe chamam, e por isso escolhi a área de Humanidades. Era juntar o útil ao agradável: viajar e ser paga para isso. Quando entrei para a Uni achei que a tradução seria uma boa opção (até porque já estava com os pés mais assentes no chão) e isso levou-me à descoberta da Alemanha. Mas esta parte fica para contar mais tarde que este post já está demasiado longo! (haja paciência para me aturar e ler o que escrevo! Xiça……)
Hoje olho para trás e riu-me. Consigo agora compreender melhor a perspectiva dos rapazes. Realmente o que é que ganhávamos em coleccionar posters, saber todas as noticias, acompanhar as tournées através da imprensa, ansiar pelos concertos e plantarmo-nos um dia antes à porta dos estádios para conseguirmos lugar na primeira fila?... e não é que conseguÃamos?! Por outro lado, naquele tempo tudo aquilo fazia muito sentido. Era um hobby (!). Além disso, fez parte do meu crescimento, porque este fanatismo, quase desmesurado, levou-me aos quatro cantos do mundo via correio. Conheci imensa gente por carta. A Internet ainda não fazia parte do meu imaginário e como estava expressamente proibida de passar horas ao telefone e, principalmente, de fazer chamadas internacionais (vai-se lá saber porquê?), agarrei-me à s cartas. Tinha imensos pen-friends, de toda a parte do mundo. O carteiro já me conhecia. Eu fazia-lhe esperas (chegava praticamente à mesma hora que eu chegava da escola para almoçar) e geralmente brincava comigo dizendo que não havia nada para mim. Mas raro era o dia que não recebi meia dúzia de cartas ou uma encomenda, da mesma forma que as enviava. Lá nos correios também já conhecia o pessoal e sabia de cor os preços dos selos e das encomendas. É claro que com tanta epÃstola não havia orçamento que aguentasse e o dinheiro da merenda era canalizado para esta minha “doença – que a cabeça não dá para maisâ€�, como a minha mãe tentava explicar a minha fixação por 5 guedelhudos tatuados que ganhavam a vida aos pulos num palco.
De certa forma, todo este percurso acabou indirectamente por influenciar a minha vida quando tive de optar pela área de estudos que queria seguir. Tinha ganho gosto pelas lÃnguas, interessava-me pela cultura e História dos outros paÃses e ansiava por viajar, conhecer, ver ao vivo aquilo que estudava pelos livros e aprendia na troca de impressões com os meus pen-friends. No 10º ano queria ser hospedeira, ou assistente de bordo, como agora lhe chamam, e por isso escolhi a área de Humanidades. Era juntar o útil ao agradável: viajar e ser paga para isso. Quando entrei para a Uni achei que a tradução seria uma boa opção (até porque já estava com os pés mais assentes no chão) e isso levou-me à descoberta da Alemanha. Mas esta parte fica para contar mais tarde que este post já está demasiado longo! (haja paciência para me aturar e ler o que escrevo! Xiça……)
2 Comentários:
Às 12:36 da manhã, agosto 24, 2005 , Teresa Pombo Pereira disse...
Cusca como sou adorei saber estas coisinhas,
Além disso recordar é viver.
A minha idade do armário só chegou lá pelos 23.... lol....sem comentários!
Às 8:05 da manhã, agosto 24, 2005 , Fiona disse...
Realmente todas nós passámos por essa fase. Eu também fui assim: devorar revistas em busca de notÃcias fresquinhos e querer saber sempre mais. Os Bon Jovi também fizeram parte daquela a que tu chamas "idade do armário". Da minha e de muitas das minhas amigas que nesta lita não estava sozinha lol.
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