Diário de Bordo

Aqui ficará registado as aventuras e desventuras do meu percurso pelos mares das tecnologias... Foi com este objectivo que iniciei este diário. Hoje é mais do que um blog sobre o estudo das Tecnologias Educativas; é um registo do meu percurso de aprendizagem (de vida), onde as tecnologias continuam a ter importância. Sei que não o teria consigo manter se não fosse o seu formato digital; as interacções que aqui se estabelecem.

domingo, outubro 29, 2006

Sabriye Tenberken

Sabriye Tenberken
Cega aos 13. Cursa estudos asiáticos em Bonn. Aprende mongol, chinês e tibetano em combinação com sociologia e filosofia. Como primeira invisual a ingressar por esta área de estudo, desenvolve os seus próprios materiais. É assim que surge o primeiro script Tibetano para Braille (1992). Sabriye tinha então 22 anos.
Passados cinco anos visita o Tibet e funda o primeiro Centro de cegos em Lhasa, cujo objectivo é acolher e educar cegos daquele país. Braille Without Borders é o projecto mais recente e já chegou à Índia.
Aqui está um exemplo de força de viver. Querer!
E a mim o que me falta fazer? – Tudo!

sábado, outubro 28, 2006

:)

E é por esta e por outras que eu tenho gosto em pertencer aos WiA (mesmo que isso signifique ficar acordada até às tantas ou receber emails às carradas!!! Há quem lhe chame maluquice, eu chamo-lhe interacção e partilha de conhecimento!)
Mais orgulhosa ainda por ter por mentora a minha grande amiga Teresa Almeida d’Eça, cujo trabalho e dedicação à educação é uma inspiração constante! Digam lá que este blog não é um mimo (especialmente a VoiceMail Board)?

Constatações

Tornaste-te demasiado independente para o meu gosto... Foi o que uma vez alguém me disse; o que muitas devem pensar…! Na altura não percebi bem o sentido nem as implicações destas simples palavras, de tom duro, quase magoado. Limitei-me a encolher os braços e a dizer a mim mesma…sim, é verdade. Cresci!

Hoje, reconheço que essa autonomia é criticada por muitos; assusta outros tantos. Mas será assim tão difícil perceber que aquilo que espero da vida, e de mim, não passa pelas mesmas aspirações da maioria…?!

Afinal já não estamos nos anos 50, nem a universidade é campo de pesquisa de um marido e da máquina de lavar perfeita! As minhas ambições não passam por aqui. Peço perdão se incomodo… mas quero seguir o meu caminho acompanhada por aqueles que merecem a minha atenção, e eu a deles, sem amarras. Em liberdade!

quinta-feira, outubro 26, 2006

LX

Vou até Lisboa. Não recorro ao cacilheiro, que navegando ao ritmo das águas do Tejo se aproxima da capital, nem mesmo me faço valer da comodidade do carro, que me poderia levar confortavelmente até à outra margem. Hoje vou de comboio!

Sigo a pé até à estação, compro o bilhete numa dessas máquinas que me perguntam para onde vou e engolem moedas em troca de um pequeno rasgo de papel onde consta o meu destino. Subo as escadas em passos largos, ouvindo o som do comboio que avisa estar a abeirar-se. Chego a tempo; mesmo a tempo! A estação está praticamente vazia. Há um silêncio no ar que fica no ouvido, como que anunciando o fim de mais um dia de trabalho; o principio do descanso. Esta tranquilidade é apenas quebrada pela abertura das portas do transporte. Entro e escolho um lugar à janela, que me permita contemplar Lisboa. Vejo-a a aproximar-se, enquanto me despeço da margem onde inicio viagem. Ao longe, avisto o Cristo em toda a sua magnitude, de braços abertos, sempre sereno, grande, cumprimentando a cidade. Desvio o olhar e observo o movimento lá em baixo. Carros que circulam, pequenos pontos, que se movimentam – pessoas presumivelmente… alguma actividade, característica daquela hora.

Mal dou por mim e o comboio é engolido pela cidade. Desço na estação escolhida, ainda não adormecida. Ouço vozes, risos, burburinhos de fundo que preenchem aquele espaço. Procuro o Metro; a próxima máquina que me ajudará a completar o meu percurso, que eu hoje vou de comboio! A toupeira leva-me à baixa. Durante a viagem examino os passageiros daquela carruagem. A mistura de pessoas que Lisboa assume. Essa diferença que acolho com um sorriso.

Saio na paragem anterior à que devo sair. Quero fazer o resto do trajecto a pé. Apreciar esta Lisboa, que supostamente ainda é a de Eça, mas que também é a minha! É uma noite calma, fresca, bonita, a que se presencia na baixa lisboeta.

Segue-se a animação; confraternização ao som da música.

E quem não foi fez falta!

P. - Ficámos tristes por ti! A tarte de maçã nem teve a mesma piada!

terça-feira, outubro 24, 2006

Chegou...

Hoje o sol não apareceu. O céu está triste e por vezes chora. É um dia cinzento, de vento.
Durante o expediente mal notei a escuridão do dia, que pouco a pouco dá lugar à noite. Ao regressar a casa, reparo, contudo, que a luz natural já não é suficiente para me clarear o caminho. Constato ainda que o andar descalça no chão frio da casa também já não é tão confortável e que ao lanche apetece mais as torradas e o chá quente que as frutas e bebidas geladas.
Lá fora continua a chover. Ouço a chuva nas janelas a tilintar, aquele soar característico da água a acariciar o vidro. O pavimento está molhado, completamente encharcado. As ruas estão desertas de gente e de som. Apenas se ouve a água a escorrer pelo chão, levando consigo os últimos dias de verão...
O Outono está à porta! Tardou, mas chegou.

domingo, outubro 22, 2006

A propósito do norte…

Perco-o tão frequentemente, nem sabem com que facilidade.
Distraída, deixo-me levar pelo asfalto. Sigo por aquela faixa, viro aqui e ali. Vagueio. À procura de uma estrada, duma rua, daquela que tem o meu nome. A minha cara…
Será que existe? Será que a descobrirei? Será que a inventei?

Sem pressas para chegar, perco-me nos meus pensamentos. Atrás do volante, com a música de fundo, vou pensando em retrospectiva no fui. No que sou. No que me tornei.

Sem chegar a conclusões - …o processo de “ser”, por sê-lo, ainda não está completo…- tenho convicções (algumas ambições), em relação ao que quero fazer, para onde quero ir e de com quem quero estar.

sábado, outubro 21, 2006

All Together Now - Seminário APPI


O fascínio pelas Tecnologias Educativas e a vontade de as divulgar levaram-nos até Évora. Sem tempo para passeios turísticos, cumprimos ao que nos propusemos.

Modéstia à parte, saímo-nos bem!

Obrigada a quem nos apoiou. Um muito obrigada a quem nos aturou! :)



sexta-feira, outubro 20, 2006

Trying to let it go...

Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.

Eugénio de Andrade


quinta-feira, outubro 19, 2006

:D

Há dias em que ando assim: eléctrica, com a velocidade no máximo, a adrenalina ao rubro e um sorriso rasgado nos lábios, que às vezes…muitas vezes, se transforma em riso! :D Desculpem, mas sou assim! Isto não significa que tudo na vida me corra optimamente; é apenas um reflexo das horas de descanso que comecei a pôr em dia.

Hoje começámos o curso online e convinha mostrar entusiasmo. Ora, foi o fiz! Logo pela manhã pus-me a escrever a minha apresentação, actualizei também o perfil de utilizador, espetei lá uma foto minha, para o horror de muitos hehehehe!, coloquei a minha resposta no fórum e comentei a dos outros! Missão cumprida.

À tarde foi hora de chat escrito com a administração, mas aquilo é que me pôs fora de mim…a leeeeeeeeentidão com que escreviam! Passei parte das tarde a saltar do computador da Intranet para o da Internet até que decidi colocar uma cadeira no meio das duas mesas e trabalhar com os dois em simultâneo, enquanto melgava o camarada do lado com conversas banais. :D E assim se passou mais um dia ridente!

E agora vem o desafio:
Sem limite de palavras, digam-me lá vocês porque riem. Eu cá rio por tudo ...e por nada também, que sempre é melhor do que chorar.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Resposta ao desafio.

Definir alguém numa só palavra não é fácil. Tampouco posso dizer que a descrição fique completa, mas tentarei enfatizar o traço que, a meu ver, melhor caracteriza aqueles que são alvo desta reflexão, causada por este post.

Por ordem aleatória :D

A S. nasceu para ser sincera;
A M. nasceu para ser serena;
A Mg. nasceu para ser ela

E o P. nasceu para ser afectuoso

terça-feira, outubro 17, 2006

Onde me realizo profissionalmente

“…you have got to be one of the most enthusiastic English teachers in the world! Teaching is so much entertaining, and I’m sure your classes are a lot of fun, so people learn a lot.”

Não sei até que ponto isto se confirma. O facto é que esta frase foi-me enviada, a mim(!), por mail, por alguém que me conhece. Fez-me reflectir.

O verdade é que o meu entusiasmo é grande, sé é o maior não faço ideia. O ensino, de facto, é divertido ( na minha perspectiva) e alegra-me poder auxiliar na aprendizagem dos outros. Gosto. Acabo sempre por aprender atmbém. Na sala de aula realizo-me, encontro uma vocação que descobri ser a minha. Se tenho jeito ou não, quem por lá passar poderá dizer com maior certeza. O que realmente sei é que gosto de ensinar e tenho receio de ter de parar…

Hoje fui trabalhar. Cheguei ¾ de hora mais cedo por mero acaso. Ainda meio a dormir fui abordada por um dos aluno que me perguntou, em jeito de me informar “ Dá-nos aulas hoje?” ao qual respondi apenas com uma expressão de pasmo, como que a dizer-lhe que não era sua formadora. Deve ter percebido, porque logo atalhou que a outra formadora estava doente e que por isso seria eu a sua substituta. Aí acordei. “Ah! Então vou dar-vos aulas!”, “Ah! Pois…vou dar aulas…a vocês…só um momento, sim?” e saí a correr à procura da farda. Em cinco minutos estava de volta, ainda sem saber muito bem o que iria fazer (Sem aviso prévio é um bocado difícil de adivinhar os conteúdos programáticos…! ).

Mas quando entrei na sala de aulas, o nervosismo desapareceu e tudo correu bem.

Chego, explico a razão por que ali estou, largo umas piadas sobre o trabalho de casa (resultam sempre!!), pergunto onde vão na lição e como está a correr o curso em geral e a partir daí o show continua por ele próprio. Aqui transformo-me; consigo levar o navio a bom porto, ajudando nas aprendizagens enquanto comunico e brinco na língua que aqui se aprende, para que a pratiquem sem grandes ansiedades. Afinal o que é preciso é descontracção e uma grande dose de estupidez natural. E meus amigos, isso tenho para dar e vender…nada que já não tivessem notado!

E quem disse que as minhas aulas são divertidas, será em grande parte por o que aqui foi relatado!

Sabem do que gosto

Que me olhem nos olhos e me descubram a realidade como ela é; me tragam à verdade sem rodeios ou contornos.

A estes chamo Amigos. Obrigada por existirem!

segunda-feira, outubro 16, 2006

Rumo a sul

Faz-se a mala, imagina-se rotas e parte-se à descoberta. Rumo a sul…

Para Outubro, estava um dia estupendo; para sexta-feira, estava tudo a correr bem e para dia 13, não podíamos estar com mais sorte! E foi assim que partimos Além-Tejo, deixando a cidade ao fundo iluminada pelas luzes que substituíam a claridade solar.

Fomos em frente, sorridentes, como sempre, de encontro à escuridão, enquanto recordávamos peripécias, contávamos histórias e iniciávamos registos de novas narrações.

Seguíamos as estrelas, à procura da lua raptada pelo recôndito da noite. Estas eram as nossas guias. Tinham o nosso nome e o daqueles que moram em nós, mas era a lua que queríamos. Achámo-la mais lá à frente, formosa e brilhante, no fundo escuro da noite. Abrandámos a contemplá-la para depois continuar caminho, agora com o olhar ainda mais cintilante.

Deste fim-de-semana ficam memórias de lições e práticas culinárias, onde a doçaria não poderia faltar; passeios à beira-mar, acompanhados por castanhas assadas; pastéis de nata fresquinhos, dos-melhores-que-há-por-estas-bandas; crepes gulosos, guarnecidos com conversas banais, e filmes à hora da sesta.

E quem por ali anda, pelo casino tem de passar. E já lá diz o ditado que quem não arrisca não petisca. Ora, houve quem arriscasse e petiscasse! ;) O desafio à sorte deu fruto às duas que na jogatina apostaram. De ar triunfante e sorriso aberto retorna-se a casa para mais conversa.

Seguiu-se o percurso de volta e não fosse a falta de GPS (não sei de quem!?), teríamos regressado à hora marcada. A verdade é que o norte falhou e a rota consequentemente se alterou, em virtude de uma quase-visita espontânea às lojas de caramelos do outro lado da fronteira. Rectificado o lapso, voltámos ao percurso inicial. Seguimos em frente, em busca do Tejo que havíamos deixado para trás. Conversas e risos, já mais amiúde, marcaram o percurso de volta carregado de histórias de mais uns dias de diversão.

Chegámos mais tarde, mas chegámos bem. Foi a chuva que nos saudou, como que dizendo que o verão já lá vai...
Agora planeia-se para o Inverno, que intempéries não são suficientes para impedir o convívio de fins-de-semana entre amigos.

Na mala trouxemos recordações, sabores e cheiros de um fim-de-semana intenso, onde a boa disposição voltou a reinar; empacotámos também previsões de outros que ainda hão-de ser

S., M., P.: Valeu! Assim, vale sempre... ;)

Só faltaste tu Mg.!

Exaspera-me …

a cegueira dos que vêem, mas não enxergam…

quinta-feira, outubro 12, 2006

Hoje imprimi o primeiro draft da minha dissertação…

Versão inacabada, esta é ainda uma composição muito tosca, com lacunas a diversos níveis. A verdade, porém, é que me deu um gozo tremendo ficar à espera que aquelas quase 100 folhas brancas saíssem da impressora, preenchidas pelo negro das letras, e fossem formando ali mesmo ao lado um pequeno molho de páginas impressas com escritos meus. Mesmo sabendo que corro o risco de ter de reformular mais de metade daqueles textos, ousei dizer a mim mesma “está quase!” e esbocei um sorriso de satisfação, que saiu bem cá de dentro, em honra do trabalho efectuado.


Rumei à universidade. O contentamento ainda nos lábios. Depositei o trabalho no cacifo da minha orientadora e o sentimento foi de alívio.
E depois...despois voltei à minha rotina.
Agora aguardo feedback…
: )


Não se trata de um livro, nem da escrita mais refinada, bem sei, mas esta será uma etapa que saber-me-á muito bem superar. Significa ultrapassar as minhas próprias expectativas enquanto aprendente; vencer aquele nervosismo miudinho que se apodera de mim cada vez que penso que tenho uma tese para escrever…a escrita não flúi assim tão facilmente…

quarta-feira, outubro 11, 2006

:)

Sigo em frente com um sorriso (rasgado).

Tristezas não pagam dívidas (e eu acredito piamente nos ditados populares, nessa sabedoria intemporal).

terça-feira, outubro 10, 2006

...

Arrefecidos os sentimentos, apaziguada alguma da dor posso agora firmemente dizer(-te) que fiquei arrasada com a desilusão causada. Desapontada. Perdida. Sem compreender bem o porquê ou como tal pode suceder. Indignou-me a falta de justiça e franqueza; a transparência que não houve.

Renovados os ânimos, pondero sobre o que aconteceu e já não é nada disto o que sinto. Em vez da revolta, aflora-se a decepção de sonhos anulados. Um alivio, também, de já não ter o coração tão apertado. Perdomina em mim um certo desencanto, não posso negar, como se o mundo mágico que idealizei se tivesse de repente perdido, à semelhança de um balão que furtivamente se desprende das mãos distraídas de uma criança e desaparece no ar para nunca, nunca mais voltar…Fico a comtemplá-lo enquanto se desvanece no horizonte. Sigo-o até onde o olhar mo deixa acompanhar e despeço-me dele…
Encolho os ombros e procuro seguir em frente...

Nesta vida de altos e baixos quero voltar a sonhar; acreditar que nem todos os desfechos são assim e trilhar o meu percurso ciente de que vale a pena continuar…ainda que por outros lugares.

domingo, outubro 08, 2006

Palavras para quê, quando temos imagens…?

Há quem diga que uma imagem vale mais do que mil palavras… É mesmo?
Desculpem o atrevimento, mas ouso, em parte, discordar. Considero que uma não substitui a outra; que as duas se complementam.
As imagens podem suscitar emoções, acordar a criatividade e dar azo a ilações de momentos capturados. Por tudo isto são divinais. Excepcionais.
As palavras, por sua vez, confessam impressões, declamam sensações … emoções daqueles que denunciam o que sentem.

Hoje deixo-vos com imagens (e algumas palavras)
...à espera de revelações de sentimentos porventura suscitados por estas …

Photostory by C. & S.

sexta-feira, outubro 06, 2006

:-)

Felicidade deveras sentida
É aquela que é conduzida
Pela busca de ideais.
Revela-se no processo de execução
E no entusiasmo da concretização
De sonhos tornados reais.

Felicidade plena,
Se é que ela existe,
Brota também do partilhado;
Desse sorriso que subsiste
Fruto do objectivo conquistado.

Porque estes momentos
São para ser vividos em companhia
Não podíamos deixar de estar atentos
E mostrar aqui a nossa alegria.

Felizes por ti!
Falo por mim e pelos outros, que sei que não se importam. Afinal o sentimento é unânime e transparece nos sorrisos que não conseguimos disfarçar. :)

Estamos de sorriso de orelha a orelha à espera de poder avançar com o chá de panelas!!! :D

terça-feira, outubro 03, 2006

E hoje comemora-se também a reunificação da Alemanha dividida. Criam-se mais cinco estados (Laender) e volta tudo ao que era antes da Guerra …pensaram eles. O facto é que este país está unido no papel; segregado, em parte, nas mentalidades. As diferenças ainda são consideraveis.

Mas seja como for tenho saudades da “minha” Alemanha de tempos de estudante, das disparidades sócio-culturais, do Apfelstrudel com gelado de baunilha, dos mercados de rua e sobretudo da língua…


Dia de festa

Comemora-se mais um ano de existência, o segundo, desta escola/unidade reinventada. O tom é, portanto, de festa. Uma festa que é de e para todos os que aqui dão o seu contributo. Convidam-se ALTAS Patentes e individualidades (que os títulos não enganam) para assistir ao evento, fardamo-nos a rigor e preparamo-nos para a cerimónia. Ao chamado acorrem, maioritariamente, os “listados” … que os outros, coitados, impossibilitados, não podem vir e, por isso, ainda bem que hoje não se trabalha; celebra-se!

Enche-se a parada para o desfile, ouvem-se vozes de comando e burburinhos de fundo, também, de um mar de gente que de súbito alegra aquele espaço. Preparado o batalhão, o sossego retorna àquela superfície, agora pintada de branco. Ficam como que adormecidos no tempo; enraizados naquele chão, evidenciando uma serenidade incrível.

Ali plantada, eu e tantos outros, imagino que do lado de fora aquele cenário seja imponente, para logo concluir que estar do lado de dentro do quadro não é seguramente menos curioso. Ao longe consigo distinguir aqueles que trabalham do lado de lá, os convidados que vão chegando e o que se vai passando, à medida que a tribuna vai sendo preenchida. Paralelamente a estas deambulações originadas pelo que vejo, visitam-me outros pensamentos, suscitados por conversas anteriores. Tento evitar os sorrisos… :D manter uma postura séria…

Chegada a minha vez, ordenam-me que avance. Batimento no pé esquerdo e cá vou eu …mas o coração já não salta sobressaltado (!) como nas outras vezes...
A emoção só chega quando a Banda começa a tocar. E então porquê??! Apesar de tudo eu ainda gosto disto!

A resposta chega já à hora do café, quando alguém me pergunta porquê eu outra vez, como que enfadado com a repetição. “Já está farto de me ver?”- perguntei – ao qual balbuciou qualquer coisa que já não ouvi... Foi então que percebi: a automatização de tarefas arrefece sentimentos, retira aquele encantamento inicial característico da descoberta e de novos desafios. Quererá isto dizer que é tempo de mudar?

segunda-feira, outubro 02, 2006

Nasci.
Olhei para o mundo e abracei-o.
Escolhi vivê-lo.

Cresci, vou crescendo.
Com os olhos postos nele,
Tento apercebê-lo.

Aprendi, vou aprendendo.
Com as experiências que a vida me vai oferecendo,
Procuro chegar mais além.

Planeei, vou planeando.
Com as perícias que vou alcançando,
Espero sucesso, fruto do (meu) trabalho e esforço.

Sonhei, vou sonhando.
Com sorrisos e abraços singelos,
Cultivo amizades,
Colho sinceridades.
De pessoas com quem me vou cruzando.